Preocupações aumentaram em Brasília após declarações do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, nesta terça-feira, 10 de junho, durante reunião com deputados da Comissão de Previdência. O ministro expressou receio de que a instalação de uma CPI para investigar desvios no INSS acabe prejudicando o ressarcimento de aposentados e pensionistas. Ele alertou para o risco da comissão se tornar um “palco político”, afastando o foco dos interesses da população afetada.
Para esclarecer, Wolney argumentou que comissões parlamentares devem ser acionadas quando não existem investigações em andamento. No caso do INSS, ele lembrou que a situação já está sob apuração da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). “Meu receio é que a CPI atrase ressarcimento, que a CPI se transforme em palco de disputa política enquanto o interesse do cidadão fica em segundo plano”, afirmou o ministro.
Enquanto isso, há dois pedidos de investigação sobre o tema tramitando no Congresso. Um deles, apelidado de “CPI do Roubo dos Aposentados”, foi protocolado na Câmara, mas ainda não avançou na fila. O segundo propõe uma CPMI, com participação de deputados e senadores, e pode ganhar força após nova sessão do Congresso, com desdobramentos esperados ainda em junho. Apesar disso, a expectativa é de que os trabalhos efetivos só ocorram no segundo semestre, por conta do recesso parlamentar. Internamente, o Ministério da Previdência mantém uma força-tarefa desde 2023, que já resultou na demissão de 103 servidores públicos envolvidos nos desvios.
