Documentos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo revelam que o governo Lula orientou o INSS a priorizar revisões de benefícios, em vez de novas concessões, ao longo do segundo semestre de 2024. A medida, articulada pela Casa Civil em conjunto com o Ministério da Fazenda, tinha como objetivo conter o crescimento das despesas da Previdência Social, evitando um desequilíbrio nas contas públicas.
Pois é, com essa decisão, a fila de espera do INSS se alongou consideravelmente, alcançando 2,6 milhões de pedidos, que vão desde aposentadorias e pensões até auxílios e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). De janeiro de 2023 a julho de 2024, o tempo médio de análise caiu de 66 para 34 dias, o que, segundo técnicos da Casa Civil, tornou-se “insustentável”. A estratégia visava congelar R$ 15 bilhões em despesas, evitando pagamentos imediatos e gerando passivos para o futuro.
Ainda segundo a reportagem, o programa de bônus voltado às revisões foi prorrogado em setembro de 2024, mantendo concessões em segundo plano. Ao final do ano, o tempo médio de análise subiu para 42 dias, e a fila continuou crescendo em 2025. Apesar disso, metade dos benefícios revisados foi considerada indevida, gerando uma economia de R$ 2,4 bilhões, abaixo do previsto. O Ministério da Previdência negou represamento deliberado, e a Secretaria de Planejamento garantiu que restrições orçamentárias não interferem nos pagamentos obrigatórios.
