Condenado por fraudes milionárias, o ex-técnico do INSS Vitor Mendonça de Souza terá que devolver mais de R$ 2,1 milhões aos cofres públicos. A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgada na última quarta-feira (21/5), aponta que ele cometeu irregularidades ao conceder aposentadorias de forma fraudulenta, incluindo registros falsos de tempo de serviço, especialmente em atividades especiais. Desse total, R$ 1,6 milhão corresponde ao prejuízo direto ao erário, enquanto R$ 500 mil se referem à multa aplicada.
Segundo as investigações, Vitor não agia sozinho. Ele teria contado com o apoio de uma vereadora para organizar o esquema. As aposentadorias fraudulentas eram vendidas por até R$ 15 mil. O golpe foi descoberto por meio da Operação Barbour, conduzida pelo INSS em parceria com a Polícia Federal, e desarticulada em uma agência localizada em Diadema (SP). O parecer do relator Walton Alencar Rodrigues destacou que o comportamento do ex-servidor representou uma violação grave das normas e princípios da administração pública, com flagrante descuido no trato com recursos públicos.
Sem apresentar defesa ao processo, Vitor Mendonça acabou por não conseguir afastar as acusações. Ele já havia sido demitido em novembro de 2024 e, agora, está proibido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança por 8 anos. O valor da dívida pode ser parcelado em até 36 vezes, e o TCU autorizou também a cobrança judicial caso necessário. Um caso que expõe as brechas ainda exploradas por quem deveria zelar pelo bom uso da máquina pública.
