O governo federal deve anunciar ainda nesta segunda-feira, 26 de maio, a destituição de representantes de aposentados e pensionistas do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS). A medida ocorre em meio às investigações sobre descontos associativos fraudulentos realizados indevidamente contra beneficiários do INSS, conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo. A decisão, considerada temporária, atinge integrantes ligados a entidades de classe, incluindo organizações atualmente sob apuração formal. De acordo com o governo, o afastamento é necessário para preservar a imagem do Conselho durante o andamento das investigações.
O CNPS é formado por representantes do governo federal, trabalhadores, empregadores e beneficiários da Previdência. No momento, seis conselheiros representam cinco entidades de aposentados. Segundo a apuração, três dessas entidades já foram notificadas oficialmente sobre a destituição, enquanto uma quarta teria solicitado afastamento voluntário. A medida deve ser oficializada antes da primeira reunião do Conselho sob liderança do novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, marcada para esta semana. O encontro terá como foco a análise das irregularidades nos descontos aplicados, fator que contribuiu para a saída do ex-ministro Carlos Lupi.
A expectativa é que, durante a reunião, os presidentes do INSS, Gilberto Waller Junior, e da Dataprev, Rodrigo Assumpção, apresentem os dados mais recentes sobre o avanço das investigações e os planos de devolução dos valores cobrados de forma irregular. Apesar do afastamento, os conselheiros envolvidos criticam a decisão, alegando que foram justamente eles os primeiros a apontar sinais de fraude dentro do próprio Conselho. Os representantes afirmam que pretendem recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir o direito de participar das discussões e apresentar suas versões.
