Apesar dos esforços do governo federal para manter o equilíbrio das contas públicas, o aumento inesperado de R$ 15,6 bilhões nos gastos com a Previdência Social em 2025 acendeu um sinal de alerta entre os principais nomes da equipe econômica. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Simone Tebet, ministra do Planejamento, manifestaram publicamente preocupação com o impacto desses gastos obrigatórios sobre o cumprimento do novo arcabouço fiscal.
Pois é, o cenário não tem sido nada fácil. A pressão provocada por essa elevação de despesas levou à necessidade de novos bloqueios no Orçamento da União. Em julho de 2025, R$ 15 bilhões foram bloqueados, sendo R$ 11,2 bilhões apenas para cobrir o avanço de gastos com Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e outras aposentadorias. Além disso, R$ 3,8 bilhões foram contingenciados devido à queda na arrecadação federal, agravando ainda mais o ajuste nas despesas discricionárias, como saúde e educação. Segundo especialistas, o erro está nas projeções iniciais do governo, que teriam subestimado o real crescimento das despesas previdenciárias.
Nesse contexto, Haddad e Tebet vêm defendendo medidas de contenção de gastos e a urgente necessidade de rever as bases do sistema. Mesmo com ações emergenciais já colocadas em prática, a insistente alta das despesas com a Previdência Social reforça o desafio de manter o país dentro das metas fiscais. O atual quadro reforça a avaliação de que uma reforma previdenciária estrutural não é apenas desejável — mas inevitável — para preservar a sustentabilidade das contas públicas e garantir recursos para políticas sociais essenciais.
