Um caso estarrecedor veio à tona na última quarta-feira, 21 de maio, quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou o corpo de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, em avançado estado de decomposição no apartamento onde vivia com os filhos, na Ilha do Governador. A cena, segundo os agentes da 37ª DP, revela muito mais do que abandono. Com dois benefícios ativos no INSS — uma aposentadoria e uma pensão por morte —, a suspeita é que os filhos do idoso tenham escondido o cadáver para continuar recebendo os valores. Ambos foram presos em flagrante.
Relatos de vizinhos indicam que Dario não era visto desde novembro de 2023. Um deles chegou a relatar uma briga intensa, em que um dos filhos exigia o cartão bancário do pai e sua senha. Desde então, o imóvel foi mantido trancado e isolado. Uma vizinha tentou diversas vezes acionar a Polícia Militar, suspeitando de cárcere privado, mas sem sucesso por falta de mandado judicial. Tudo indica que o corpo ficou por cerca de seis meses no local, sem que qualquer parente ou vizinho pudesse interferir na situação.
No apartamento, a polícia encontrou indícios de consumo recente e objetos de valor recém-adquiridos. Isso levantou ainda mais suspeitas de que os filhos estivessem se beneficiando financeiramente com os recursos do pai já falecido. Eles foram autuados por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal, e estão internados sob custódia em uma unidade psiquiátrica. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de homicídio e segue investigando o caso. O Judiciário deverá decidir em breve se os suspeitos responderão em liberdade ou permanecerão presos.
