No embalo da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) confirmou sua adesão ao certame, elevando o número total de vagas de 3.352 para 3.652. Serão 300 novas oportunidades para o cargo de analista da autarquia, cuja estrutura de pessoal sofreu uma redução expressiva nos últimos dez anos. De acordo com dados do painel estatístico do governo federal, houve uma queda de 49% no quadro de servidores entre 2014 e 2024, contrastando com a média de 8% observada no restante do Executivo Federal.
Com a adesão do INSS, o concurso ganha ainda mais relevância. A previsão é de que o edital seja publicado em julho, com as provas objetivas programadas para o dia 5 de outubro, e as discursivas, exclusivas para os aprovados, marcadas para 7 de dezembro. A remuneração para os futuros analistas pode chegar a R$ 7.850,16 para quem cumprir jornada de 40 horas semanais, e R$ 5.886,91 para 30 horas. Mesmo com a ampliação das vagas, o órgão ainda enfrenta dificuldades estruturais: 70% da força de trabalho está concentrada na carreira de técnicos do seguro social, que passou de 23,3 mil servidores em 2014 para 13,6 mil em 2024 — queda de 41%. E mais: o INSS ainda mantém cerca de três mil servidores em cargos considerados obsoletos, como datilógrafos e ascensoristas.
A expectativa é que, com a nova seleção, o órgão consiga recompor parte da equipe para dar conta da crescente demanda. O CNU 2025 será organizado em blocos temáticos e permitirá que um único candidato concorra a diferentes cargos e órgãos pagando apenas uma inscrição. As provas devem ocorrer em mais de 200 cidades brasileiras. Apesar disso, o concurso ainda está na fase de escolha da banca organizadora — pelo menos dez empresas já manifestaram interesse em assumir o processo. Enquanto isso, o INSS segue como alvo de investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) por fraudes relacionadas a descontos indevidos em benefícios previdenciários.
